Texto ou vídeo?

Não é de hoje que ouço a frase “as pessoas não leem”, seguida, muitas vezes do complemento “tem que fazer vídeo”. Outro dia, em um artigo escrito pelo meu amigo querido e mentor Edson Porto ( linkedin.com/in/edson-porto ) li que são publicadas 500 horas de vídeos por minuto no YouTube.

Essa é uma realidade, mas, é só uma delas, talvez a que tenha potencial maior para viralizar, escalar, mas, não é a única. Eu leio e sei que outras milhares de pessoas leem, portanto, num ato de ousadia ou rebeldia, ou ambos, não só continuarei lendo, como também, escrevendo, para mim, porque preciso escrever para me organizar e para aqueles que podem se interessar pela leitura.

A prática da leitura e da escrita não são apenas necessárias para nos comunicarmos, eu as coloco no rol de ferramentas muito poderosas e necessárias para nossos processos de aprendizado, amadurecimento, relacionamento, autoconhecimento e muitas vezes até para nos curar.

Outro dia, inclusive, li que tem aumentado o número de livrarias físicas na cidade. Me senti feliz. Ao mesmo tempo, nesta semana que passou, ouvi de meu filho, ao convidá-lo para irmos à bienal do livro “Ahhh mãe, sério? Vamos ficar horas andando num pavilhão para ficar olhando livros? “.

E respondi:” Sim, ué, assim como você fica horas sentado vendo vídeos nas redes sociais”. Enfim, não fomos à bienal. E fiquei refletindo sobre ler, escrever ou gravar vídeos. Não precisa ser só um ou outro, pode ser todos. Pode ser depende.

E então vi claramente que parte do meu pouco interesse em vídeos está relacionado ao meu desconforto em me ver em vídeos. Recentemente, ao gravar um podcast, me apeguei ao áudio, autorizei as divulgações e não me atentei que também seria divulgado o vídeo da gravação. Tomei um susto quando meu colega de MBA que me entrevistou postou o vídeo. Não tenho problemas em falar em público, ao contrário, eu gosto e o faço constantemente na minha carreira, mas, para mim é diferente do que ter esse conteúdo falado gravado e exposto. Senti imenso desconforto ao me ver na tela. Um estranhamento incomodo, porém, ao longo da experiência, fui me afastando da preocupação com minha imagem e me envolvendo com o conteúdo que estava interessante. Sem querer fui exposta a esse desconforto que sempre evitei e fui navegando por ele, experimentando, sentindo.

E então, a partir de agora, além de escrever, me sinto mais à vontade para fazer vídeos. E toda essa reflexão me leva a fazer um convite a vocês, para não só se permitir refletir, investigar, como também experimentar.

Se não gosta muito de ler, ouse experimentar. Se não tem o hábito de escrever e não vê sentido nesta atividade, se desafie e escreva, se for escrita à mão, melhor ainda!

Eu acredito que pode te fazer muito bem. Já sobre os vídeos, ainda não tenho competência e experiência suficiente para fazer uma sugestão a respeito, estou experimentando!

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