Vamos brincar?
Vivi uma imersão no universo da brincadeira e da escuta lúdica. Foi neste último final de semana com meus amigos oriundos de meus estudos em Pedagogia da Cooperação, ao lado do mestre, educador, escritor, palhaço, maravilhoso, e também aluno do mesmo curso, Cláudio Thebas.
Foram muitos os aprendizados, a começar por esse que leva o título desse texto "quando a gente brinca, a gente fica amigo". Vocês também podem estar se perguntando o que é escuta lúdica, outra descoberta que fiz. Aprendi que se trata de uma escuta ampliada que permite recriar lugares a partir do brincar, com ela, vemos e escutamos além do que está acontecendo.
Vivi isso por três dias inteiros e recomendo! É um exercício e tanto para praticarmos a plena presença (tão rara de atingirmos), porque, quando a gente brinca, a gente fica no aqui e agora. Ao brincar, somos e escutamos, de verdade. E então repito aqui uma pergunta que nos foi feita pelo Cláudio: “Você está escutando mesmo ou o que for diferente do que você está pensando você não consegue ouvir?
Aprendi ainda que o palhaço leva um estímulo e a pessoa decide o que fazer com ele. O palhaço não leva a alegria, ele se leva. Rimos do palhaço e ao fazê-lo rimos de um fragmento nosso e nos redimimos. Olhamos aquela figura em apuros, rimos e lembramos que já estivemos em apuros, e nos conectamos.
É sobre o encontro, sobre conexão humana, aquela que criávamos e tínhamos com facilidade quando criança, lembra?
Eu me lembrei. E me emocionei quando Thebas nos perguntou: “Quando você se viu pela primeira vez? Provavelmente no reflexo do olhar da sua mãe quando estava no colo”. Me recordei do aconchego do colo da minha mãe, e também de que existimos a partir do outro, é junto e separado, sozinho e acompanhado, e sempre conectado.